A vida é espiritual — assim como o sucesso.
Antes do nascimento de Jesus Cristo, um grupo de homens iniciou uma jornada não por curiosidade, mas porque avistaram uma estrela nos céus. Aquela estrela não era apenas um fenômeno celeste; era um sinal espiritual que indicava o nascimento de um Rei. Esses homens, comumente chamados de Reis Magos, não eram indivíduos comuns. Historicamente, era tradição que os reis enviassem seus conselheiros de confiança, emissários e sábios para celebrar eventos significativos em reinos vizinhos — como o nascimento de um filho real ou a união de famílias políticas — a fim de conquistar o favor e a aliança do poder emergente.
Quando ouvimos a história dos Reis Magos, muitas vezes reduzimos sua visita a uma cena tranquila de três homens com presentes simples. Mas, na verdade, eles provavelmente viajaram com uma comitiva considerável. Sua chegada a Jerusalém perturbou o rei Herodes a tal ponto que ele os convocou em particular (Mateus 2:3-7). Que tipo de presença eles deviam ter para causar tal reação do monarca reinante? Sua jornada sinalizava que eram homens ricos, influentes e com entendimento espiritual. Eles foram capazes de perceber nos céus o que muitos em Israel, mesmo aqueles versados nas Escrituras, não conseguiam discernir.
A estrela que seguiam era um sinal profético, e sua capacidade de lê-la e interpretá-la aponta para uma realidade mais profunda: o sucesso e a grandeza estão frequentemente ligados à percepção espiritual. Como Paulo disse certa vez aos atenienses: “Vejo que em tudo vocês são muito religiosos” (Atos 17:22). Ele reconheceu que a busca deles pela verdade, embora mal direcionada, tinha origem em uma fome espiritual. Em muitas nações e civilizações, da antiga Mesopotâmia às potências modernas, encontramos aqueles que construíram e lideraram com sabedoria, fazendo-o a partir de uma sensibilidade espiritual.
Ao longo da história, nenhum reino ascendeu verdadeiramente à proeminência sem um alicerce espiritual. Mesmo em regiões hoje vistas como centros seculares ou tecnológicos, suas raízes culturais revelam uma compreensão das leis e estruturas espirituais. Muitas vezes, presume-se que nações como as da Ásia alcançaram a grandeza sem discernimento espiritual, mas uma análise mais profunda de suas histórias mostra o contrário. Elas foram, e muitas vezes ainda são, guiadas por filosofias, disciplinas e práticas espirituais.
Mesmo em questões de inovação e criatividade, vemos esse padrão. Muitos presumem que invenções como o avião ou grandes estruturas arquitetônicas foram simplesmente produtos do pensamento humano. Mas as Escrituras nos dizem: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes” (Tiago 1:17). A capacidade de criar, inovar e liderar não é puramente humana — é divinamente inspirada. Deuteronômio 29:29 diz: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre”. A revelação tem origem espiritual e, quando recebida, produz sabedoria e progresso.
Quando alguém alcança o sucesso na vida, nos negócios ou na liderança, muitas vezes é porque se conectou a um conhecimento superior — esteja ciente disso ou não. Esse conhecimento é espiritual. O fracasso de muitos decorre da negligência dessa verdade, da suposição de que as coisas espirituais não têm relação com o sucesso material. No entanto, os movimentos, ideias e sistemas mais impactantes têm suas raízes no reino espiritual. Jesus disse: “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6:63). O Espírito dá vida, direção e frutificação.
Portanto, é insensato tentar construir, crescer ou ter sucesso ignorando o reino espiritual. O sucesso verdadeiro e duradouro começa com a revelação. É a mão de Deus que dá poder para adquirir riquezas (Deuteronômio 8:18), e é Deus quem dá entendimento, sabedoria e estratégia. Aqueles que têm consciência do reino espiritual se posicionam para receber de Deus. Sem essa consciência, até mesmo uma grande ideia pode morrer na infância.
Em conclusão, os Magos eram ricos, sábios e influentes porque possuíam a capacidade de percepção espiritual. Eles discerniram o momento certo, viram o sinal e responderam. Este é o modelo para o sucesso em qualquer época. Se abraçarmos a espiritualidade não apenas como uma forma de devoção, mas como uma estrutura para compreender a vida e a liderança, veremos resultados que são tanto divinos quanto sustentáveis. A vida é espiritual, e aqueles que caminham com entendimento espiritual estarão sempre um passo à frente.