Pessoas Imperfeitas: O Coração de Deus para os Imperfeitos

A Bíblia não esconde as falhas das pessoas em suas páginas. Em vez disso, destaca tanto suas forças quanto suas fraquezas, mostrando-nos a profundidade do amor de Deus — que Seu amor não se baseia apenas no mérito de nossas ações. "Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus" (Romanos 3:23). O desafio é que os homens julgam, mas Deus justifica; Ele não condena — Ele redime. "Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8:1).

A história de Tamar mostra uma mulher que se deitou com o sogro, mas foi considerada justa (Gênesis 38). Davi tomou a esposa de outro homem e arquitetou a morte do marido dela, mas foi chamado de homem segundo o coração de Deus (2 Samuel 11, Atos 13:22). Sara enviou Agar e seu filho para o deserto (Gênesis 21:10), e Salomão foi instruído por seu pai a eliminar certas pessoas antes de se tornar rei (1 Reis 2:5-9). Não sei qual Bíblia você está lendo, mas a Bíblia que eu leio me mostra pessoas imperfeitas escolhidas por um Deus perfeito. Não devemos condenar os outros por seus erros, mas nos esforçar para vê-los como Deus os vê. Deus não é para pessoas perfeitas; Ele é para todos. "O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido" (Salmo 34:18).

Ao ler a Bíblia, fiquei impressionado com a forma como ela não esconde o caráter das pessoas nela retratadas. Ela não tenta justificá-las, mas as apresenta como são. Por exemplo, considere Davi e o rei Saul. O rei Saul não se deitou com a mulher de outro homem nem cometeu adultério, enquanto Davi, apesar de seus pecados, foi chamado de homem segundo o coração de Deus. O principal erro registrado de Saul foi a desobediência — ele ofereceu sacrifícios antes do tempo determinado, enquanto Deus desejava sua obediência (1 Samuel 15:22-23). ​​O erro de Saul é exagerado, mas, em última análise, o que importava era o estado do seu coração. Quando Davi pecou, ​​ele se arrependeu, e a postura do seu coração determinou como Deus lidou com ele. "Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito reto" (Salmo 51:10). O desafio na igreja hoje é que muitos julgam os outros não pela forma como Deus os vê, mas pela sua própria perspectiva.

Lembro-me de uma história do falecido Kenneth Hagin, que escreveu sobre um incidente em sua igreja. Um homem veio pregar e a congregação ficou perturbada, questionando por que um pecador tinha permissão para falar. Após o culto, uma mulher abordou Hagin, expressando sua desaprovação. Ele respondeu que, antes de o homem vir à igreja, ele havia acertado as contas com o Senhor. Enquanto isso, a acusadora — a mulher que se considerava justa — vivia em amargura havia 15 anos. Essa história reflete como Deus olha além das ações, para o coração. "O homem vê a aparência exterior, mas o Senhor olha para o coração" (1 Samuel 16:7).

Tanto Saul quanto Davi pecaram. O pecado de Saul pode parecer menos grave porque ele desobedeceu por desejar a vitória de Israel, enquanto Davi sucumbiu aos desejos da carne. No entanto, o arrependimento de Davi o diferenciou. Deus não ama pessoas perfeitas — Ele ama aqueles que estão dispostos a confiar Nele para que Ele os aperfeiçoe. "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9). A salvação é pela graça. A descendência de Tamar é contada na linhagem de Jesus, mostrando que o amor de Deus não se baseia em ações humanas, mas no que Cristo fez. "Pois é pela graça que vocês foram salvos, mediante a fé, e isso não vem de vocês, é dom de Deus" (Efésios 2:8-9).

Muitos hoje vivem em julgamento, como os fariseus, acreditando serem mais justos do que os outros. Mas a justiça não se baseia em nossas ações; ela se baseia na obra de Deus em nós. "Pois da mesma forma que julgardes, sereis julgados; e a medida que usardes, vos medirão a vós" (Mateus 7:2). Muitos se enfurecem porque julgam os outros em vez de lhes pregarem a palavra de Deus com amor.

Em conclusão, a palavra profética dada a Samuel dizia respeito aos erros da casa de Eli, mas Samuel mais tarde enfrentou o mesmo problema em relação aos seus próprios filhos (1 Samuel 8:1-3). Às vezes, julgamos os outros nas áreas em que nós mesmos somos fracos. "Por que você vê o cisco no olho do seu irmão, mas não percebe a trave que está no seu próprio olho?" (Mateus 7:3). Em vez de julgar e condenar, oremos uns pelos outros. Que este seja um tempo em que espalhemos o amor de Deus e nos firmemos na Sua verdade. Deus te abençoe.

 

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